terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Pena Negra

E ele veio silencioso, e sentou-se delicadamente à minha frente. Observando-me com aqueles olhos negros atentos, como se conseguisse enxergar além de mim mesma, como se enxergasse minha alma. Tombava a cabeça para o lado como se visse alguma coisa fora do normal. Estiquei minha mão e estendi meu dedo em direção a ele, em direção a suas penas pretas. Mas alguma coisa nele me fez recuar. Mas eu queria toca-lo, sentir sua textura, seu peito nu...
Até que ele olho em meus olhos, e sussurrou algumas palavras em outra língua, abriu suas asas, e foi embora. Não pude vê-lo voando no horizonte, ele tinha desaparecido muito antes de conseguir voar.
E a única prova de que aquilo tinha sido real, de que meu anjo estivera pousado em minha janela, era que ele havia deixado em seu lugar uma de suas penas. Uma pena negra como carvão, que eu segurei em minhas mãos e guardei em meu coração.

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