sexta-feira, 23 de agosto de 2013

O Anjo. - Capítulo 3

No dia seguinte meu psicológico estava abalado. Ou eu estava começando a ficar louca, ou eu já era louca. Realmente não sabia o que estava acontecendo, e porque estava tendo aquelas alucinações. Para falar a verdade, nem sabia se eram realmente alucinações, elas pareciam tão reais...
Mas não importava se aquele menino, anjo, corvo, ou até mesmo demônio era real. O que realmente importava era o porque daquilo tudo. Jamais diria isso a alguém, pois diriam que eu estava louca, me internariam ou me mandariam visitar um psicologo, e eu não faria isso. Decidi descobrir por mim mesma. Só não sabia por onde começar.

Eu não estava em condições para ir a escola. Estava enjoada, e tudo me distraia, então mamãe me deixou faltar. O único problema de faltar é que eu ficaria sozinha. Sozinha. E tinha medo de ver aquilo/ele de novo, e se visse sinceramente não sabia o que seria capaz de fazer.

Fiquei a tarde inteira sentada no sofá assistindo televisão, até que fiquei com fome e decidi pegar algo para comer. Então levantei-me do sofá e fui em direção a cozinha.
Tinha acabado de preparar um sanduíche quando ouvi a campainha tocar. Pensei que talvez fosse a vizinha, ou até mesmo o carteiro, então larguei o sanduíche e fui atender a porta. Enquanto caminhava em direção a porta a campainha tocava mais duas vezes. Até que por fim parou quando encostei na maçaneta. Girei-a. E meu coração parou, meu sangue congelou, e eu não conseguia me mover, assim como as palavras que não saiam de meus lábios. Eu pensei que desmaiaria. Não podia acreditar em quem estava na minha porta.
Era ele.
Era aquela coisa.
Ele simplesmente deu um largo sorriso, enquanto eu sentia minhas pernas fraquejarem de medo.
Senti que ia desmaiar novamente, só que desta vez, eu realmente cai. Porém não senti o baque do chão, apenas senti mãos quentes e macias ao meu redor, e quando abri os olhos eu estava no sofá, e ele estava de pé ao lado da estante olhando preocupado para mim.
- Você está bem? - ele pergunto preocupado, com uma voz angelical. Me lembrava veludo.
Agachei-me no sofá rapidamente, na defensiva. Minha respiração estava ofegante. Eu sairia correndo, mais tinha medo de minhas pernas fraquejarem novamente.
- Desculpe-me, como fui rude. Eu não me apresentei. Meu nome é Elijah. - ele disse se aproximando e estendendo a mão, para me cumprimentar
Olhei para a mão dele, e fechei os olhos na esperança de acordar.
Aquilo não podia ser verdade! Nada daquilo! Eu estava ficando louca! Com certeza estava! Ou talvez fosse só um sonho, então tentei me concentrar na minha própria respiração, para poder acordar, e tudo voltar ao normal.
- Tudo bem. Já vi que você é tímida, mas não entendi essa daí de fechar os olhos não. É meditação? - uma voz calorosa e de veludo disse.
Abri os olhos frustada.
- Por que você não vai embora? Você é só um sonho, uma alucinação, então por que torno a vê-lo quando não quero? - perguntei.
- Talvez você queira me ver. Afinal estou aqui. - ele tombou a cabeça de lado e deu um sorriso maroto.
- Estou ficando louca! Só pode! - disse gritando.
- Ótimo! Já passamos da fase do medo. - ele disse rindo.
- Cala a boca! - eu gritei.
- Ei Florence, calma. - ele disse se sentindo ofendido.
- Por que você ainda está aqui? Por que meu pesadelo insiste em me atormentar?
- Por que talvez eu não seja um pesadelo, nem alucinação. - ele sussurou. - Talvez eu realmente exista. Por que para você é tão difícil de aceitar isso?
- Você sabe meu nome! Você tem asa! Ou você é um anjo, ou um demônio. O que só prova novamente que é um sonho, ou pesadelo, tanto faz! - gritei novamente.
- Sim, eu tenho asa, mas se sou um anjo, ou... demônio, é você quem tem que descobrir. - ele sussurrou novamente.
- E porque diabos você está sussurrando? - gritei.
- Pelo simples fato de você estar gritando.
Levantei-me do sofá e olhei bem fundo para seus olhos.
- Por que você está aqui? - perguntei.
- Talvez porque você precise de mim, assim como eu preciso de você. Estou aqui porque você quer Florence.
- Eu não te quero aqui!
- Então porque estou aqui? Você foi a escolhida. Escolhida pois foi a única que quis que eu estivesse aqui com você. A escolhida escolhe o quer. Então se estou aqui é pelo simples fato de você querer. E agora, mesmo que diga que não quer mais, você quer, seu subconsciente sabe do que precisa e do que foi destina a fazer. Eu apareci na hora que você achou que estava pronta. Então estou aqui, apenas por você Florence.
Minha cabeça tinha dado um nó. Escolhida? Destinada? Da onde ele estava tirando isso?
- Esta vendo? Eu estou sem asas. E sabe por que? Por que você já sabe quem eu sou, se não soubesse o que vim fazer aqui, eu estaria com minhas asas à mostra, até você me reconhecer.
- Você é louco! - disse.
Porém ele realmente estava sem asas, não havia percebido isso. Ele era muito diferente sem elas, porém impossível se não reconhecer seus olhos. Seus olhos o entregavam.
- O que você quer de mim? - perguntei.
- O que VOCÊ quer de mim? - ele perguntou sedutoramente.
- Eu não sei. - confessei.
Ele se aproximou de mim, deixando apenas meio metro nos separando, e por algum motivo não tive medo, nem me distanciei.
Ele observou minha reação, e continuou se movendo graciosamente, até nossos narizes quase se tocarem.
Ele olhou em meus olhos, e pude ver meu reflexo refletido nos dele.
- Eu sou Elijah. - ele disse num sussurro caloroso. Sua voz era como melodia, doce, quente, e tranquila. Porém seu hálito era frio como inverno. - Eu sou Elijah, guardião da Cidade de Daenon.
Seus olhos me hipnotizaram, mas pude ver suas asas surgindo, se mostrando, aparecendo. Asas grandes, porém pretas. Asas de corvo.
Não tive medo, apenas fiquei olhando seus olhos, enquanto ele olhava os meus.
- Eu sou real, Florence. - ele disse, enquanto tocava meu rosto com a ponta de seus dedos.
Seu toque era tão delicado que fazia cócegas. Eu senti o calor do corpo dele emanando para o meu. Sentia uma energia estranha, uma conexão.
Ele se aproximou mais um pouco, e sussurrou em meu ouvido:
- Eu sou real.
- O que você é? - perguntei também num sussurro.
- Não sei, Florence, o que eu sou? - ele perguntou.
- Você é um anjo.
- Minhas asas parecem asas de anjos? - ele perguntou num tom ameaçador.
- Não. - respondi
- Com o que elas se parecem? - ele sorriu sombrio.
- Asas de corvo. - ele estava me assustando, mas ao mesmo tempo me fascinando. Não conseguia decidir o que ele era.
Ele riu.
- Você sabe o que significa Daenon? - ele perguntou.
- Não.
- Daenon é latim. Sabe o que significa?
Fiquei imóvel, sem fala, tentando entender o porque da palavra daenon. Ele havia dito que era guardião daquela cidade. Mas que sentido fazia?
- Daenon significa demônio. - ele sorriu. - Florence, eu sou guardião da Cidade do Demônio.
Agora ele parecia sombrio, até ameaçador.
Eu estava com medo, com muito medo.
- Mas tudo bem. Não posso fazer nada de ruim à você. Não posso e não vou.
- Você é um demônio? - perguntei aterrorizada.
- Talvez.
Ele estava assustador. Com um sorriso sombrio, parecia estar louco. Me dava medo, me deixava aterrorizada, mas ao mesmo tempo me fascinava. Eu não conseguia me decidir o que ele era. Talvez fosse um anjo, ou talvez fosse pior que isso. Ele era estranho, familiar, um sonho, surreal, irreal, ele era um menino com asas. Asas de corvo. Negras como a noite. Porém seus olhos eram tão claros como o dia. Conseguia ver pureza nele, mas seus gesto e palavras não era puras, assim como suas asas, que representavam algo assustador.
Não conseguia saber, que tipo de anjo ele era, que tipo que anjo ele seria.

- Continua ...

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Dia mundial da fotografia.

Pois é galera, hoje é dia mundial da fotografia. E gostaria de acima de tudo dar os parabéns a todos os fotógrafos profissionais, e não profissionais que existem no mundo, e que enche nossa vida de imagem.
Então, fazendo jus ao dia, vou postar alguma fotos para vocês.
Feliz dia da fotografia(:














sábado, 10 de agosto de 2013

Dia dos pais.

É galera, o dia dos pais está chegando, e junto com ele, a seguinte pergunta: O que dar de presente para meu pai?
Pois bem, aqui vai uma lista de sugestões.

  • Uma camiseta, ou camisa social. Um pouco clichê, mas é a melhor.
  • Um sapatênis, pois os homens adoram.
  • Uma calça, ou uma bermuda.
  • Se seu pai gosta de ler, dê um bom livro.
  • Se seu pai ouve música, dê um CD.
  • Alguns homens gostam de se cuidar, então seria uma boa dar um creme, porém se seu pai não usa, seria legal dar um perfume, ou um pós-barba, ou um desodorante, ou um gel. Ou um kit com todos eles. Um lugar legal para se comprar são lojas de cosméticos, algumas têm kits prontos, ou você pode monta-lo.
  • Uma ideia legal também, é dar um vinho, ou uma bebida, e melhor ainda se ele tiver uma coleção.
  • Um daqueles carros em miniaturas.
  • Um chaveiro
  • Uma caixa para guardar objetos. Você mesmo pode comprar e personalizar.
  • Uma caneca.
  • E o melhor presente de todos; uma capa de super herói.


Espero ter ajudado com essa pequena listinha.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Caminhos cruzados. - Capítulo 1

Era um dia normal. Eu estava com minhas roupas velhas, como de costume, e resolvi ir de skate até a sorveteria. Sim, eu estava sozinha. Para falar a verdade sempre gostei da solidão. Não da solidão em si, mas do fato de estar só, acho poético, acho digno, acho interessante, misterioso.
Estava remando no meu skate, quando ouço alguém gritando:
- Ei cuidado!
E nisso, só senti algo me atingindo. Eu fui para um lado, meu celular para o outro e meu skate tinha ido parar longe. Em cima de mim estava uma bicicleta, e um menino caído logo ao meu lado. Olhei para ele com cara feia.
- Meu Deus! Você é cego? O que diabos foi isso? - perguntei estérica.
- Desculpe, desculpe, desculpe mesmo, foi sem querer. - ele disse.
- Sem querer? Como podê ser sem querer? Olha o tamanho desta calçada! - respondi-o gritando.
- Desculpa ta? Eu me distraí, e quando fui ver você estava na minha frente. - ele disse na defensiva.
- Ah, claro, agora a culpa é minha! Eu que apareci do nada só para poder cair! - disse irônica.
- Mas a culpa não foi só minha, se você não estivesse distraída também, teria desviado. - ele disse.
Dei uma risadinha irônica, e olhei nos seus olhos.
- Que cara de pau você. E pra começo de conversa VOCÊ invadiu meu caminho, não eu invadi o seu!
- Eu não cruzei seu caminho! Você que anda por ai como se fosse dona da calçada!
- Desculpa senhor correto, mas se você soubesse andar RETO não teria me atropelado!
- Eu ando RETO! E eu já pedi desculpas por isso.
- Ok, senhor reto, correto, que anda em zigue-zague, eu não aceito suas desculpas!
- Mas o que? - ele disse rindo.
- Você foi um estúpido, a culpa é sua, estou com raiva e não aceito suas desculpas, você que morra atropelado por um carro enquanto estiver ando em zigue-zague no meio da rua, ou quem sabe EU mesma te atropelo!
- Mas que marrenta você! - ele disse bravo.
Peguei meu celular e conferi os danos, absolutamente nenhum. Gostava dele por conta disso, além de ser moderno era duro na queda. Acho que já caiu tanto que se acostumou a como não se ferir. Mas sorte do garoto que meu celular estava inteiro, se não eu faria ele comprar outro, ou roubaria sua bicicleta, o que eu estivesse afim.
Guardei meu celular no bolso e fui direto pegar meu skate.
Uma parte eu tinha achado, mas a outra, não estava por aqui.
Uma parte?
Uma parte!
Meu skate tinha se quebrado no meio, assim como meu coração.
Eu tinha ralado muito para conseguir dinheiro para compra-lo e agora ele estava destruído! Ele era o meu único plano de fuga, a minha única desculpa para me desligar um pouquinho do mundo e entrar em um universo paralelo, e agora, esse meu portal estava destruído, em dois pedaços, repartido bem ao meio. Meu mundo tinha perdido a cor, e eu estava com vontade de chorar. Uma lágrima escorreu pelo meu rosto, até que eu me lembrei por quê meu skate estava destruído.
O sangue subiu, a vontade de chorar havia passado, e a única coisa que eu sentia era raiva! Muita raiva! Estava com vontade de pegar o meu skate e tacar na cabeça daquele infeliz!
- Ah Meu Deus! - disse devagar, me virando para ele.
Ele arregalou os olhos e fez cara de quem se desculpava.
- OLHA O QUE VOCÊ FEZ! SEU INFELIZ! VOCÊ DESTRUIU MINHA VIDA! VOCÊ DESTRUIU MEU SKATE! VOCÊ TEM IDEIA DO QUE ISSO SIGNIFICA? VOCÊ TEM IDEIA DO QUANTO EU RALEI PARA TÊ-LO? - eu gritava, estava perdendo o controle.
Ele segurava a outra parte do meu skate. Eu arranquei da mão do garoto, e tentei conserta-lo, mas já era. Ele tinha morrido, meu skate estava morto. Comecei a chorar desesperadamente. Não sabia o que podia fazer nem o que ia fazer. Eu só ajoelhei na calçada, enquanto lágrimas caiam sobre as duas metades do meu skate.
- Sinto muito, sinto muito mesmo. - ele disse.
- Sente muito? - eu perguntei calma. - Você não faz a miníma ideia do que fez. - olhei para ele. -Você não faz a miníma ideia do que aconteceu, e tenho certeza que não dá a miníma se meu skate está destroçado ou não.
- Não era minha intenção.
- Eu sei que não. - eu o interrompi. - Nunca é a intenção de ninguém! Mas quer saber? Foda-se, meu skate está destruído, e já era, não há nada que eu ou você possa fazer. Agora será só eu. Só eu e meu skate destroçado. - e recomecei a chorar.
- Sinto muito. - ele disse me abraçando. - Eu posso comprar outro.
Afastei-o de mim, agora com raiva.
- Comprar outro? Não! Não cara, você não entende! Não é questão do SKATE, mas a questão é o quanto eu batalhei para consegui-lo. A questão aqui é o emprego que eu arrumei, é todas as horas extras, são todas as festas que eu perdi, são todas as roupas que eu deixei de comprar, todos os luxos que eu não me permiti, só para conseguir a droga do dinheiro para compra-lo. A questão é essa. A questão é que eu fiz tudo isso por nada, para depois um idiota metido a besta quebra-lo no meio, e ainda me oferecer para comprar outro!
Ele ficou sem palavras, apenas me olhava confuso.
- E quer saber? Felicidade não se compra e outro skate para mim também não. - e nisso me levantei e saí andando, quer dizer, mancando, porque tinha um machucado muito feio na minha perna.
Atravessei a rua, e nisso ele me gritou.
- Ei espere. - disse vindo atrás de mim. - Espere! - ele me alcançou e segurou em meu braço.
- O que você quer? Já não fez estragos suficientes em mim? - perguntei puxando meu braço, mas ele forte demais.
- Sabe, acho que começamos com o pé esquerdo. - ele disse me soltando e oferendo-me a mão. - Sinto muito pelo que houve com você e com seu skate, desculpe se fui rude, além do mais tentando comprar outro. - ele franziu o cenho. - Realmente sinto muito. E a propósito me chamo Noah Calliem.
Olhei bem para a mão dele e depois para ser rosto e por fim disse:
- Bom saber seu nome, assim posso te denunciar por TENTATIVA DE HOMICÍDIO! - eu gritei, e sai andando, dando as costas para o menino metido de bicicleta, o tal de Noah.
Pensei no significado de seu nome.
Noah: um nome ligado a religião, pode-se dizer até religioso, alguns dos significados são conforto, descanso, ou até movimento, vida longa ou aquele que vive muito. Mas pode-se acreditar que também signifique trêmulo ou cambaleante.
Achei que os dois últimos significados faziam mais jus a aquele Noah.