terça-feira, 27 de novembro de 2012

Sorte

Um dia bateram em minha porta, fui abri-la. Sabe quem era? Era a sorte!
A sorte tinha ido me visitar, uma coisa muito rara por aqui. Ela tinha me dito que realizaria todos os meus desejos, ou pelo menos me colocaria no caminho certo, pois ela estava comigo.
A princípio fiquei surpresa e super agradecida.
- Então minha jovem, diga-me o que tu queres.
- Minha sorte, eu quero ele.
A sorte olhou-me com um ar de preocupação, e balançou a cabeça negativamente.
Eu não entendia, ela havia me dito que me daria o que quisesse.
- Minha jovem, tê-lo não é questão minha, não é sorte. Isso se conquista, e não é me conquistando que irá conquistá-lo, quem manda nisso é o coração. Agora minha jovem, espere o coração dele bater em sua porta, quem sabe ele quer ser entregue a seus cuidados? Ou em vez de ficar esperando você pode bater na porta dele, e pedir o coração dele, e talvez por sorte, ele possa querer o seu também.
- Mas sorte, eu não sei onde ele mora, vejo ele na porta da minha escola, converso com ele rapidamente, pois um garoto como ele não quer saber de uma garota como eu. Além do mais, fiquei sabendo que ele iria se mudar, ir para outro estado. Não tenho chances de encontra-lo!
- Por a caso a senhorita se esqueceu que tem a sorte a seu lado?
E é com isso que eu me calo, deixando a sorte me guiar até ele.
- Mas sorte, ele se mudará hoje, não muda a situação, ele nunca será meu!
Ela não responde, nem ao menos olha para mim, me ignora totalmente, e continua andando pelas ruas, e eu a seguindo. Sei que não importe o que eu fale, ela irá me ignorar. Então deixo queto e deixo a sorte me guiar.
Até que de repente, a sorte para, e dou de cara com aquela energia dourada dela. E antes que eu possa falar mais alguma coisa, ela me diz:
- Não se esqueça que eu estou do seu lado agora, a sorte está com você.
E assim ela vai embora, me deixando sozinha.
Olho em volta, mais não a vejo.
Até que sou atropelada por um skate. Caiu no chão.
- Ai meu deus! Me desculpe!
Olho para cima e meu coração quase para. São olhos verdes que me observam. Os olhos verdes. Aqueles olhos verdes que sonho a algumas semanas. Ele me abre um sorriso avassalador, e me sinto tonta.
- Ei, você ta bem? Foi mal, ele escorregou do meu pé. Você ta machucada?
- Não, eu estou bem.
- Ótimo. - ele sorri.
- Ou, você não é aquela menina da escola?
- É, sou eu. E você não ia se mudar hoje?
- Eu ia, mais acho que a sorte está do meu lado, pois não vou mais.
- É, a sorte está do meu também.
- Eu já não tenho tanta certeza, pois eu te acertei com o skate. - ele ri
- Acho que essa foi a minha sorte, ter você para me ajudar a levantar.
- Acho que a sorte foi minha, de ter atropelado você.

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